O PS agarra-se aos envelopes de Escária pela mesma razão que há algum tempo se descobriu aldrabado por Sócrates: fazer esquecer que o problema é e está no PS. Mas não só: o PS vai ocupar-se da justiça (Helena Matos, OBSR)
Não é raro olharmos para o lado e percebermos que estamos rodeados não apenas de pessoas firmemente convencidas de que têm uma missão, o que já seria inquietante, como de que são heróis de tragédias. (Miguel Tamen, OBSR)
O país vive um momento absolutamente insólito, bizarro, à falta de melhor adjetivo, extraordinário, mas também perigoso, um primeiro-ministro a usar as suas funções e as instituições do Estado, o Governo e o Banco de Portugal, para tentar proteger o PS e para se defender de um processo em que está a ser investigado, contra a Justiça. Neste contexto, já não há uma boa forma de sair desta crise, o discurso de António Costa em São Bento (...) revela não só uma enorme desorientação política e pessoal quando se pedia dignidade de Estado, como um enorme encenação, trágica, que arriscar deixar o país em pior estado, institucional, ético e moral, do que aquele que ficou depois de anos de governação de Sócrates. É obra.
O país vive um momento absolutamente insólito, bizarro, à falta de melhor adjetivo, extraordinário, mas também perigoso, um primeiro-ministro a usar as suas funções e as instituições do Estado, o Governo e o Banco de Portugal, para tentar proteger o PS e para se defender de um processo em que está a ser investigado, contra a Justiça. Neste contexto, já não há uma boa forma de sair desta crise, o discurso de António Costa em São Bento (...) revela não só uma enorme desorientação política e pessoal quando se pedia dignidade de Estado, como um enorme encenação, trágica, que arriscar deixar o país em pior estado, institucional, ético e moral, do que aquele que ficou depois de anos de governação de Sócrates. É obra.
Não há economia que resista a isto, à degradação institucional, à ‘mexicanização’ do país de que, afinal, não estamos protegidos.
Marcelo estará com uma enorme dúvida: Ao fim de pouco mais de 48 horas de anunciar ao país um calendário político e eleitoral, já estará arrependido, já terá concluído que deveria ter exonerado Costa de funções com efeitos imediatos. Mas mudar a decisão agora é politicamente muito difícil e por isso vai ter de assumir um papel que nunca quis. Não bastará ser árbitro, deixou de ser possível, vai ter de ser jogador, ao ataque, para proteger as instituições e o Estado de Direito. É que Sócrates, quando foi detido, já não era primeiro-ministro… (ler aqui texto completo)
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