Ser moderado é ser radical face ao radicalismo. Esta é a coragem e a inteligência que o país precisa. Será esta a coragem que o Governo respira? Onovo Governo tem qualquer coisa. Ao novo Governo falta qualquer coisa. O Governo tem a vantagem de ser novo e de nada se saber sobre a dinâmica na acção política. Para o bem e para o mal, o tempo resolve a situação. E mais depressa do que se pensa. (Carlos Marques de Almeida, ECO)
(...) O radicalismo em Portugal é de uma inutilidade estéril porque mata qualquer ideia. E é um radicalismo secular que nos visita com regularidade sempre com novas e infinitas configurações. O radicalismo é uma sombra negra luminosa que nos dispensa de pensar o futuro, que nos prende num atraso estrutural, que nos devolve a vulgaridade e a indignidade. A política não pode ser o recreio dos doidos ou o desfile dos inimputáveis. Ser moderado é ser radical face ao radicalismo. Esta é a coragem e a inteligência que o país precisa. Será esta a coragem que o Governo respira? (...)
A moderação está fora de moda, a arte do equilíbrio político é uma virtude de outro tempo na nova idade dos extremos. O radicalismo na concretização das ideias políticas absolutas não é nunca um vício. E convém sublinhar que a moderação na procura da justiça política absoluta não é uma virtude mas uma insuportável fraqueza. Assim está Portugal em plena zona de rendição moral, material, social, aos devaneios imprevistos de uma concepção em que a política é apenas uma competição entre políticos. Perdida a “ética da moderação”, a política é um jogo que se joga num tabuleiro chamado Portugal. (...)
Sem comentários:
Enviar um comentário