O farol da democracia dos Estados Unidos apagou-se esta terça-feira e só os mais optimistas hão-de acreditar que a sua luz só está temporariamente perdida num nevoeiro fugaz. Na obscuridade, não haja dúvidas, haverá jornalistas, magistrados, servidores públicos, académicos, artistas e milhões de cidadãos a lutar pelo seu brilho e a seguir a iluminação dos seus avisos. Mas depois da onda de choque provocada pela brutal vitória de Donald Trump nas eleições de terça-feira, não há razões para se acreditar que está em causa um fenómeno passageiro. Os Estados Unidos e, muito provavelmente por efeitos de contágio, a Europa e o mundo estão de volta a uma ordem política. O sentido de progresso da Humanidade em direcção às Luzes que o Ocidente começou a construir há dois séculos entrou outra vez em recuo. As trevas estão de volta. A democracia sofreu uma das suas maiores derrotas de sempre.
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