Todo o debate sobre as Presidenciais é uma bizarria sem fim. Começa-se com um ano de antecedência, sem motivo, sem razão, sem programa, apenas com as ambições excelentes dos candidatos. Todos se julgam indispensáveis à nação que espera por eles com a antecipação do tédio. Parece que em virtude do vazio da política nacional, o país político resolve antecipar as Presidenciais como solução para o impasse da política executiva. É um expediente como outro qualquer. Enchem-se os candidatos de orgulho patriótico e responsabilidade democrática e propõem-se presidir a um país que já não existe e a outro país que ainda não existe. Pois daqui a um ano o país e o mundo serão bem diferentes. As Presidenciais são uma ficção fantasiosa que ameaça Portugal com histórias de embalar. (...)
Definitivamente, o Almirante pretende incutir um módico de autoridade num regime democrático onde a auto-gestão dos interesses selvagens domina a paisagem democrática. Os partidos parecem já ter interiorizado esta “nova moderação democrática”, de tal modo que aguardam candidaturas para concorrer à segunda volta.
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