Há pouco mais de um mês, quando o Procurador-Geral da República anunciou que o Ministério Público tinha aberto uma averiguação preventiva a Luís Montenegro, ninguém questionou o timing da divulgação. Não houve uma única figura no Partido Socialista que protestasse pelo momento do anúncio, por as queixas serem anónimas (ou quase, porque uma era mesmo de uma destacada militante socialista), nem se inquietou por a informação poder interferir no processo eleitoral (o anúncio foi feito no dia seguinte ao chumbo da moção de confiança e à inevitabilidade de eleições). O Ministério Público aí era, supõe-se, bom.
Pedro Nuno Santos dizia sobre essa divulgação que era preciso aguardar com “cautela, prudência e respeito pelo trabalho que as outras instituições do nosso Estado de direito democrático terão de fazer”. Mas já diz o provérbio popular: “Spinumviva no inquérito dos outros, é refresco” (tradução livre). O respeito durou pouco mais de um mês. Bastou que fosse aberto o mesmo procedimento contra si, que o líder do PS atirou: “Estranho, como todos os portugueses, a coincidência e o momento da divulgação da notícia.” O Ministério Público passou a ser suspeito. E, portanto, mau. (ler texto na íntegra)

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