Hoje, a diferença ideológica no Parlamento já não se afirma no confronto de visões para o país, mas sim no nível de decibéis (Rui Ribeiro, SOL)A recente queda do governo expôs, mais uma vez, o estado preocupante da política portuguesa. O debate público e parlamentar está cada vez mais reduzido a gritaria, ataques pessoais e uma luta pelo protagonismo do momento. Se a política é o espaço onde se deveria discutir ideias e construir soluções, hoje parece estar reduzida a um espetáculo de ruído, onde quem grita mais alto tenta, ilusoriamente, impor a sua razão. (...)
Se queremos um país onde a política volte a ser um espaço de ideias e não de ruído, precisamos de lideranças que valorizem a substância e não o espetáculo. Portugal merece uma democracia robusta, assente no confronto de ideias e não na simples arte de gritar mais alto. Afinal, se a má moeda afastar a boa moeda, não haverá futuro para a política, nem para o país – apenas para o barulho.
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