Ao amanhecer, um monge mendicante deixou o mosteiro para mendigar o seu alimento. Caminhava aprazivelmente, quando viu um proprietário espancar um dos seus trabalhadores. O monge, pleno de compaixão, correu para o proprietário e intercedeu por aquele que estava a ser tão severamente castigado. O proprietário, virou-se, então, para o pacífico monge e deu-lhe uma tal sova que o deixou meio morto.
Horas mais tarde, outros monges do mosteiro encontraram-no sem demora num estado lamentável e conduziram-no sem demora à sua cela no mosteiro. Um dos monges tratou-lhe das feridas com muito carinho. Quando o ferido se reanimou, deu-lhe leite e perguntou-lhe:
-Irmão, conheces-me?
-Claro que te conheço, irmão - disse o ferido com um fio de voz.
-Aquele que me espancou está agora a cuidar-me e a alimentar-me com leite.
Fundido com a Mente Una, o monge foi para além de todas as diferenças e dualidades, como quando se está no Tao e se reabsorve os pares de opostos ou contrário, mantendo a experiência de unidade. Essa experiência não é redutível a conceitos, nem pode ser expressa com argumentos intelectuais.
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