quarta-feira, 3 de junho de 2009

Herança não Genética Pode Ser Frequente

A Herança Genética afinal pode ser frequente, contradizendo o que se supunha. Se se confirmar poderá trazer alterações profundas no estudo da evolução.

Durante anos, os genes têm sido considerados como a única forma pela qual as características biológicas podem ser passadas de uma geração a outra.

Mas essa época está a chegar ao fim.

Cada vez mais, os biólogos estão a descobrir que variações não-genéticas adquiridas durante a vida de um organismo podem em alguns casos serem passadas para os descendentes - um fenómeno conhecido como herança epigenética.

100 razões para o fim da era do DNA

Um artigo científico que será publicado no exemplar de Julho do periódico The Quarterly Review of Biology refere mais de 100 casos bem documentados de heranças epigenéticas entre gerações de organismos. A pesquisa defende que a herança que não utiliza o DNA acontece muito mais frequentemente do que os cientistas acreditavam até agora.

Herança não-genética entre organismos

Só recentemente, entretanto, os pesquisadores começaram a descobrir evidências moleculares de herança não-genética entre organismos, assim como entre as células. A principal questão agora é: Quão frequentemente isso ocorre?

"A análise desses dados mostra que a herança epigenética está por todo lado," afirmam a pesquisadoras Eva Jablonka e Gal Raz. A pesquisa destaca heranças epigenéticas herdadas em bactérias, protistas, fungos, plantas e animais.

Estas descobertas "representam um ponto de um enorme icebergue," diz o estudo.

Ligar e desligar os genes

Existem quatro mecanismos conhecidos para a herança epigenética. Segundo as pesquisadoras, entre eles o mais conhecido é a metilação do DNA. Metilas são um pequeno grupo químico que se liga em determinadas áreas da cadeia do DNA. Elas servem como uma espécie de chave que activa e desactiva os genes.

Ao ligar e desligar os genes, as metilas têm um profundo impacto sobre a forma e a função das células e organismos, sem alterar o DNA correspondente. Se o padrão normal das metilas é alterado - por um agente químico, por exemplo, ao qual o organismo tenha sido exposto - o novo padrão pode ser passado para as gerações futuras.

O resultado, como verificado em experiências com ratos, pode ser dramático e perdurar por gerações, apesar do DNA continuar intacto.

Lamarck revisitado

Novas evidências para a herança epigenética têm implicações profundas para o estudo da evolução, dizem as pesquisadoras.

"Incorporar a herança epigenética na teoria evolucionaria amplia o escopo do pensamento evolucionário e leva a noções de hereditariedade e evolução que incorporam o desenvolvimento,"

kevin Stacey


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