Com a lei que impõe a limitação de mandatos a ter efeitos práticos a partir desta eleição - impedindo que os presidentes de câmara possam ser eleitos por mais de três mandatos consecutivos - verifica-se que dos 279 autarcas que se recandidatam, são 188 aqueles que ocupam o cargo há pelo menos dois mandatos, o que significa que, em caso de serem reeleitos, terão forçosamente que se afastar em 2013.
Ouvido recentemente pelo PÚBLICO, o sociólogo Fernando Ruivo, que dirige o Observatório do Poder Local do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia de Coimbra, explica que a resistência à mudança não é apenas uma questão política. "É um problema que advém da sociedade portuguesa, não há uma sociedade civil forte, está fechada até às eleições, tal como acontece com as portas dos partidos", disse.
E a questão torna-se ainda mais evidente quando se observa que, mesmo nos poucos casos em que os actuais presidentes de câmara não se recandidatam, a grande maioria das listas é agora encabeçada por elemento das actuais vereações, em regra os vice-presidentes. Por distritos, verifica-se até que em alguns todos os presidentes de câmara repetem a candidatura. É o caso de Porto, Castelo Branco, Portalegre e Setúbal, sendo que neste último o presidente da Câmara de Sines, eleito pela CDU, encabeça agora uma lista de independentes.
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