A maioria dos adolescentes acha que o bullying em contexto escolar "sempre existiu e continuará a existir" e encaram com "pessimismo e resignação" o fenómeno, o que torna difícil uma intervenção eficaz e deixa pouca esperança à sua erradicação. São estas as principais conclusões de uma tese de doutoramento apresentada na Universidade de Granada, em Espanha, e que foi coordenada, entre outros, pela investigadora portuguesa Ana Maria Tomás Almeida, da Universidade do Minho.
O objectivo deste trabalho foi analisar a perspectiva dos próprios protagonistas do fenómeno relativamente ao bullying, utilizando uma amostra de 1237 jovens entre os 11 e os 16 anos das cidades de Braga, Porto e Granada. O estudo conclui que entre os inquiridos 7,3 por cento são vítimas, 8,5 agressores e 84,1 por cento presenciam actos de violência entre colegas.
Segundo Ana Tomás Almeida, esta "é uma realidade preocupante que justifica uma intervenção". "Há que promover uma consciencialização relativamente a valores sociais fundamentais, como o respeito pelo outro", acrescenta a investigadora.
O estudo refere que a aceitação do bullying como uma rotina e algo natural nas relações sociais entre os jovens é crescente. "Essa indiferença dos jovens face ao fenómeno deve-se sobretudo à banalização e tolerância da violência na escola e na sociedade em geral nas mais variadas situações, nos jogos de vídeo, na televisão, etc", comentou ao PÚBLICO Sónia Seixas, doutorada em Psicologia e autora de uma tese sobre bullying. "Se não existe intervenção por parte de uma figura adulta, há como que um reforço não dito, a atitude agressiva intensifica-se", sublinha Sónia Seixas. E acrescenta: "Este fenómeno surge de uma necessidade de afirmação normal na adolescência; no entanto, o bullying não é normal, essa afirmação pode ser manifestada de formas saudáveis."
"As soluções poderão passar por uma maior supervisão dos espaços que, se acontece com relativa eficácia nos 1.º e 2.º ciclos, no 3º ciclo, que corresponde ao pico da ocorrência deste fenómeno, na generalidade, praticamente não existe, por outro lado há que apostar numa rígida regulamentação nas escolas, consciencializar os pais de que existe um regulamento disciplinar que deve ser respeitado e que deve ser transmitido aos alunos", remata Sónia Seixas.
Fonte: Público
É um facto, que sempre existiram lutas entre jovens , mas nunca de um modo gratuíto como acontece agora. Sempre que as brigas atingiam determinado patamar havia alguém que intervinha, nomeadamente entre os colegas, para os parar. Hoje, ninguém se mete, impera a vingança e o medo.
As escolas, já pouco ou nada podem fazer para além do que já foi feito. São os pais que desculpabilizam os filhos superprotegendo-os . A escola que hoje temos debate-se entre minimizar os estragos provenientes da educação recebida em casa, ou melhor, a falta dela, e a auto-defesa das 'agressões' à instituição e aos que nela trabalham.
Cada família , deve começar a ser responsabilizada pelos princípios e comportamentos impróprios dos que estão a seu cargo. Mas, não só, deve ser punida caso se prove que é a origem da deficiente formação dos seus filhos, quer por negligência, quer por propósitos incorrectos e desviantes lesivos da sociedade .
Não! A Violência não é normal.
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