Cerca de 22% dos portugueses não concorda com as medidas tomadas (nem com a urgência das mesmas) para sanear as contas públicas, refere o Eurobarómetro da Primavera. Trata-se da percentagem mais elevada da União Europeia (trabalho de campo deste estudo foi feito em Maio, altura em que os mercados quase deram cabo da moeda única).
O que explica esta "ligeireza" dos portugueses, sabendo-se que a austeridade tem sido analisada até à exaustão pelos partidos políticos?
Simples: a mensagem que o Governo vem passando ao País é de que está tudo sob controlo. O investimento público mantém-se prioridade (veja-se o TGV), não há necessidade de cortes salariais na Administração Pública, os sucessivos défices da conta corrente não assustam o Governo (e também o anterior governador do Banco de Portugal...). Tudo somado, o que o Governo está a dizer ao País é que os problemas existem... mas de Badajoz para lá. Logo, não há necessidade de grandes sacrifícios!
É escusado dizer que com tanto optimismo é impossível criar um clima propício à reforma das contas públicas. Ou seja, daqui por cinco anos, os problemas que agora nos afligem continuarão por aí. Com uma agravante: a carga fiscal para os tapar vai ser (ainda) mais elevada.
É escusado dizer que com tanto optimismo é impossível criar um clima propício à reforma das contas públicas. Ou seja, daqui por cinco anos, os problemas que agora nos afligem continuarão por aí. Com uma agravante: a carga fiscal para os tapar vai ser (ainda) mais elevada.
Camilo Lourenço,JNegócios
Estamos orgulhosamente endividados. Estamos a caminhar para o fim ou para um princípio? - Eis a questão !
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