Os partidos são clubes de oportunidades.
Antigamente os cidadãos juntavam-se devido à comunhão de ideias. Através delas tentavam mudar o mundo. Agora são forças que têm um único objectivo: obter o poder e geri-lo em seu proveito.
(...) Até há uns meses Sócrates liderava um partido que parecia a Roménia de Ceausescu: nem uma voz discordante se escutava na planície. E as poucas que o tentavam fazer eram ostracizadas ou atiradas para a penúltima fila da bancada parlamentar. Mudam-se os tempos e mudam-se as vontades. O PS sente o poder a fugir-lhe entre os dedos e Sócrates deixou de ser o líder omnipotente e omnipresente. Abriu a caça à sucessão dentro do PS.(...) O drama é que não se vislumbram ideias que motivem a discussão sobre o futuro de Portugal, o seu modelo político e económico, ou o destino dos seus cidadãos. A crítica a Sócrates nada tem de ideológico. Tudo tem a ver com poder.
Sócrates não tem de se queixar: ele é o expoente do buraco negro que é a política moderna.
Fonte: Fernando Sobral, JN
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