... Onde Os Ganhos De Um País Só São Conseguidos À Custa Das Perdas De Outros
Esses tempos virtuosos em direcção a um mundo cada vez mais próspero e democrático parecem longínquos hoje. A crise financeira de 2008 veio despoletar a entrada na era da Ansiedade. Vivemos agora na convicção de que a globalização é, afinal de contas, um jogo de soma zero, onde os ganhos de um país só são conseguidos à custa das perdas de outros.
Os exemplos sucedem-se: Rachman lembra o consenso crescente nos EUA de que o crescimento da China é feito à custa de empregos americanos. E como a cooperação na UE tem degenerado em falta de entendimento, e crescente hostilidade. Neste declínio europeu não caímos só nós: É a própria visão europeia das relações internacionais, enquanto expoente máximo da cooperação supranacional para fazer face aos problemas globais que colhe cada vez menos apoiantes num mundo cada vez mais fragmentado.
Não é fácil viver na era da Ansiedade no país já de si mais deprimido e pessimista da UE.
Mesmo assim, Rachman faz três propostas básicas que também nos podem inspirar a sair da crise.
A primeira é a de adoptar o slogan de resiliência empregue no Reino Unido durante a segunda Guerra mundial: "keep calm and carry on". Como ele explica, não é a primeira vez que o mundo ocidental sofre uma crise grave, e as passadas foram seguidas de grandes recuperações.
Depois, apela à liderança política. No actual quadro europeu não parece que possamos ter muita esperança nesse aspecto.
Finalmente, defende que mais do que tudo será o fortalecimento económico e a manutenção da coesão social que poderão impedir o declínio dos Estados Unidos e da Europa. É aqui que reside ainda alguma da força que cada país poderá empregar na defesa dos seus interesses. Infelizmente para nós, estamos numa posição mais frágil que muitos para responder a esta proposta.
Fonte: Maria Costa Lobo, JNegócios
As soluções não aparecem. Cada um olha para o seu próprio umbigo esquecendo que, como diz o outro, isto anda tudo ligado. Quem não anda ansioso? - Talvez o que se livrou oportunamente de tudo e anda a filosofar por outras bandas.
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