Embora se diga que a crise é económica, sabe-se hoje que não é exatamente assim. A crise nasceu duma coisa simples: rutura na confiança, o que significa falência da ética e da justiça. A quebra destes princípios rompe diariamente o "contrato social". Por um lado, os cidadãos deixam de receber os seus direitos porque a realidade das contas mostra o cofre vazio. Por outro, os contratos entre grandes empresas e Estado são invioláveis. Qual das coisas está certa? Entretanto, as pessoas querem mais Estado para as proteger mas não estão dispostas a pagar mais impostos. Quem faz então o milagre da multiplicação dos euros? Muitas destas perguntas levam-nos a discutir política, essa palavra maldita, que quanto mais se repete mais se detesta. Mas é aqui que estamos outra vez. No princípio. Na ideologia ou na sua ausência.
Daniel Deusdado,JN
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