Este é um tempo de medo. Medo do desemprego, medo da falta de dinheiro para
pagar a prestação da casa, medo de deixar de ter o euro, medo de perder a paz e
a liberdade. Um medo filho de uma prosperidade falsa que nos atirou para uma
espécie de ressaca, um estado em que ninguém parece ter energia para lutar, em
que tudo se aceita como um inevitável destino, um fado - diz Helena Garrido, JN
E, não, a vida não é um fado, a vida é uma luta em que nunca podemos baixar os braços.
Como muito bem diz Joaquim Pessoa:
Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. Entre o ânimo e o desânimo, um entusiasmo ora doce, ora dinâmico e agressivo.
Viver não é cumprir nenhum destino, não é ser empurrado ou rasteirado pela sorte. Ou pelo azar.
Viver é não estar quieto, nem conformado, nem ficar ansiosamente à espera.
Viver é romper, rasgar, repetir com criatividade. A vida não é fácil, nem justa, e não dá para a comparar a nossa com a de ninguém. De um dia para o outro ela muda, muda-nos, faz-nos ver e sentir o que não víamos nem sentíamos antes e, possivelmente, o que não veremos nem sentiremos mais tarde.
Viver é observar, fixar, transformar. Experimentar mudanças. E ensinar, acompanhar, aprendendo sempre.
Não ao medo sim à vida mesmo quando ela se encontra de pernas para o ar é preciso continuar lutar e adaptarmo-nos às mudanças, porque mudar faz parte da vida. Tudo o que sobe desce, o dia sucede à noite depois virá de novo o dia, a evolução não é constante, quem assim pensa vive na utopia e na demagogia ilusória.
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