Os efeitos do fim da era do Estado que está ali para nos ajudar quando
estamos desempregados, doentes ou quando já não podemos trabalhar é
especialmente violento para a classe média. Foram elas que financiaram o Estado
Social, é para elas que o Estado Social não vai existir. Um retrocesso em
relação àquilo que viram os seus pais ou avós terem: reformas e apoios na saúde
que lhes permitiram (e permitem) ter uma vida digna e sem problemas de
maior.
Para todos nós que corremos o sério risco de não ter
reforma nem um serviço de saúde praticamente gratuito pouco mais resta do que ir
poupando para a reforma e para as despesas de saúde. Deprimente?
A mudança que
os países ocidentais enfrentam tem, no caso português, a agravante de uma dívida
acumulada para financiar despesas e investimentos que não trouxeram a prometida
prosperidade. Nem as estradas, nem os projectos em energias renováveis, nem ainda as mil e uma infra-estruturas culturais e desportivas
construídas pelo país fora durante a última década aumentaram a capacidade
produtiva do país que se traduziria em mais
rendimento.
Conscientes dos actuais tempos difíceis que não
parecem ter um fim à vista, os portugueses têm aumentado a sua poupança não
apenas para pagarem as suas dívidas, mas também pela incerteza que hoje marca o
futuro.
Helena Garrido,JNegócios
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