A união bancária lá voltou para as calendas...
Isto deve-se - não tanto como se tem dito - ao domínio alemão, mas sobretudo
à incapacidade geral para lidar com ele: incapacidade sobretudo estratégica e
sobretudo francesa. Apesar das promessas e dos esforços de François Hollande, o
balanço da mudança é, convenhamos, decepcionante: a França acabou por adoptar o
tratado orçamental sem as alterações tão reclamadas, o imperativo de crescimento
caiu numa adenda subalternizada, as demais sugestões do Presidente francês foram
mais ou menos delicadamente ignoradas.
Se o seu programa era o que ele enunciou na entrevista conjunta que deu a
vários órgãos de informação na véspera deste Conselho Europeu - nomeadamente o
de se resolverem prioritariamente as situações mais explosivas da Zona Euro, e o
de se assumir uma Europa a duas velocidades -, é difícil tirar outra conclusão
que não seja a do seu malogro.
O que este Conselho Europeu claramente mostrou foi que Angela Merkel domina a
economia, a estratégia e o calendário. E tudo, agora, com um único objectivo: o
da sua reeleição no outono do próximo ano.
Até lá, só são de esperar manobras de
diversão.
Manuel Maria Carrilho,"Mudar de vida",DN
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