Houve uma euforia de gastos que não foi suportada por mais produção, mas sim por crédito estrangeiro.
Quando a crise chegou à fase da dívida europeia, com os pedidos de resgate de gregos e irlandeses, Portugal não resistiu. A torneira do crédito estrangeiro fechou-se e houve que pedir ajuda à ‘troika'. As culpas são repartidas. Todos - famílias, empresas e Estado - estiveram agarrados ao crédito barato e fácil durante a última década.
Por isso, agora todos têm que fazer uma cura. É isso que ‘troika' quer impor à força, até porque representa sobretudo os interesses dos credores que querem cobrar as suas dívidas. Os números do Banco de Portugal mostram que nem todos acordaram ainda para esta realidade. Ou seja, há quem resista à correcção dos maus hábitos.
As famílias e as pequenas e médias empresas, que são o elo mais fraco desta história, já estão a diminuir o seu nível de endividamento. Os bancos não lhes dão outra hipótese. As grandes empresas, com acesso directo ao estrangeiro, estão a reescalonar a sua dívida para condições melhores, e diminuir o ritmo de novo endividamento.
O Estado é que ainda não parece ter aprendido a lição. Desde o início de 2011 e até Julho deste ano, o endividamento aumentou 30%. Assim se compreende que a carga fiscal continue a subir, secando a classe média e as empresas. O Governo tem que inverter esta situação rapidamente. Caso contrário, o monstro vai esmagar o País.
Editorial, Económico:"Quem está a pagar as suas dívidas"
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