O FMI tem de ser consequente e a UE tem de ser responsabilizada. Só eles têm
chaveiros para abrir estas arcas. Nos próximos meses, a UE vai atravessar um
caos político com a aprovação em pacote de ajuda externa a um grupo de países, que deverá incluir Espanha, Chipre, Eslovénia
e a própria Grécia. Talvez esteja aí o bom-senso: Portugal ganha tempo para
submergir durante essa fase. E ganha "folga assistida" em 2013. Assistida pelas
instituições internacionais nos mercados. Para que, como disse ontem Vítor
Gaspar, haja credibilidade acrescida e acesso ao
financiamento.
São também
alternativas, as de pressionar as instituições comunitárias. Porque também elas
têm uma alternativa: a alternativa de ser Europa. A mesma alternativa que tem o
Governo português, a de negociar, pressionar, de provar que será melhor e será
merecido.
É preciso inventar a esperança. Ela não morreu,
apenas não está no Governo que a devia erguer. Talvez depois do salvamento venha
a salvação. Talvez valha pena acreditar que um louco se atira mais de quatro
minutos em queda-livre e aterra ileso. Porque, sim, muitos têm alternativas. A
alternativa do conflito ou do compromisso.
Fonte: Pedro Santos Guerreiro, "O que vai fazer o resto da sua vida", JN
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