... O mantra mais importante de todos é o Om. Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman.
O Om é o som do Infinito e a semente que fecunda os outros mantras. A Mandúkya Upanishad começa dizendo que "o Om é o mundo inteiro. O passado, o presente, o futuro: tudo é o mantra Om". As Escrituras contam que o mantra Om, amplificado na caixa de ressonância do vazio primordial, se propagou até criar o espaço e as galáxias.
Segundo o Taittiriya Brahmana, foi a vibração, o movimento, o que engendrou os primeiros ritmos no cosmos. Alguns milénios depois, o professor Fred Hoyle, da Universidade de Cambridge, deu a essa primeira vibração expansiva o nome de big bang, a grande explosão inicial, a partir da qual começou a manifestação do Universo. Antes do big bang, a sede dos mantras é paramákásha, o espaço primigénio, o eterno e imutável substrato do Universo do qual, através da palavra, se manifestou a criação. Seguramente conhece a afirmação do Evangelho segundo São João: "no início era o Verbo". E o Verbo era o big bang!
O Om é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização, representada pela letra m. Por isso é que, às vezes, aparece como Aum. Essas três letras correspondem, segundo a Maitrí Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e sonho: "este Átman é o mantra eterno Om, os seus três sons, a, u e m, são os três primeiros estados de consciência, e esses três estados são os três sons" (VIII).
Escutar o mantra Om é como escutar o próprio Brahman, o Absoluto.
Pronunciar o mantra Om é como transportar-se à residência do Absoluto.
A visão do mantra Om é como a visão da própria forma.
A contemplação do mantra Om é como atingir a forma do Absoluto.
Om Om Om
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