Imagem: Steffen Hauser/botanikfoto |
O estudo envolveu a uva-espim (Berberis vulgaris), também conhecida como barberry, espinho vinhoso ou espinheiro-vinhedo.
As observações mostraram que a planta é capaz de interromper o crescimento das suas próprias sementes para prevenir a infestação de parasitas.
E ela não faz isso de forma simples ou radical - seu comportamento é complexo, o que torna esta a primeira prova ecológica de um comportamento complexo em plantas.
O estudo indica que a planta tem uma memória estrutural, sendo capaz de diferenciar entre condições internas e condições do ambiente, bem como de prever futuros riscos.
Uma característica especial da uva-espim é que cada baga tem geralmente duas sementes e a planta é capaz de interromper o desenvolvimento de suas sementes a fim de economizar recursos quando o tempo não ajuda. Este mecanismo também é utilizado para defendê-la da mosca-da-fruta.
Ao analisar as sementes, os cientistas se depararam com uma descoberta surpreendente: "As sementes das frutas infestadas nem sempre são abortadas, isso depende de quantas sementes existem nos frutos," explica a Dra. Katrin Meyer, uma das autoras do estudo.
Se o fruto infestado tiver duas sementes, em 75% dos casos as plantas vão abortar apenas a semente infestada a fim de salvar a segunda semente intacta.
Se, contudo, o fruto infestado contiver apenas uma semente, então a planta só vai abortar a semente infestada em 5% dos casos.
"Se a barberry abortar um fruto com apenas uma semente infestada, então todo o fruto estaria perdido. Em vez disso, ela parece 'especular' com a chance de que a larva morra naturalmente, o que é uma possibilidade. Pequenas chances são melhores do que nada," acrescenta o Dr. Hans-Hermann Thulke.
Este comportamento de antecipação, em que as perdas previstas e as condições externas são avaliadas surpreendeu muito. A mensagem do estudo é, portanto, de que a inteligência das plantas está entrando nos reinos da possibilidade ecológica," concluiu Thulke.
Ainda não está claro como a planta processa as informações. O paradigma científico actual estabelece que inteligência é uma função do cérebro. Como plantas não têm cérebro, elas estavam "proibidas" de ter inteligência. Mais uma vez, parece que as coisas não são tão simples como parecia à primeira vista.
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