... E Hoje É Sexta-feira !3
Não há civilização alguma, ancestral ou contemporânea, que não tenha os seus misticismos. Hoje em dia potenciados pela mescla emergente da massificação multicultural e pela sacralização que dos mesmos é feita por alguns ritos mais ou menos eclesiais.
Creia-se, ou não, seja lá no que for, o simples facto de detectarmos a verificação de um índice objectivo associado a uma crença, é o suficiente para nos mostrar que o misticismo sobrevive. Nos corredores da ciência, por entre os livros da técnica, e, principalmente, através de todos os meios criados pelas tecnologias, lá está ele a espreitar para nós: o misticismo! E, principalmente, o receio - para não dizer o medo - de tudo o que é, ou possa ser, esse nosso "outro" mundo.
Não estranha, pois, ver homens da física, da química, da biologia, da tecnologia, da astronomia, da matemática, serem supersticiosos. É que uma coisa é uma coisa, outra coisa... é a crença!
Para um racional do século xxi a paranormalidade não pode deixar de ser uma fonte de inquietude. É que mesmo que, no seu íntimo, não creia em nada, o certo é que perante o facto, detecta-o. Perante a data, recorda-a. Perante a superstição, preocupa-se em afastá-la racionalmente. E ao fazê-lo é quanto basta para fazer vivificar as mesmas crenças e superstições. Assim elas se mantêm latentes, formando um fundo comum de misticismo.Um misticismo contemporâneo, meio religioso, meio animista, meio espiritista.
Não é à toa que nem o poder formal e imposto das religiões logrou apagar esse mesmo misticismo popular. Nem, muito menos, os fenómenos ligados à paranormalidade. Por via de regra, histórica e sociologicamente demonstrada, o que as religiões estruturadas optaram por fazer foi adoptar partes desse mesmo misticismo, travestindo o "paganismo" nele implícito com roupagens de fé e religiosidade organizada.
Assim, temos o rigor da matemática lado a lado com a clarividência dada pelos cristais; a exactidão da química a par da purificação pelos incensos; a omnicompreensividade da física na mesma prateleira da superstição com os gatos pretos!
(excertos do artigo de) Saragoça da Matta, Ji .
E... sim, é verdade - por mais que se negue, dentro de cada um de nós pode surgir em qualquer momento, uma crença - seja lá no que for e qual o propósito.( É só lembrar o modo como o Sr. Dr. Mário Soares tenta transformar a crença que tem em Sócrates numa verdade na qual mais ninguém põe a " mão no lume " por ela.
Tenha uma Boa Sexta-feira !
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