Nove meses passados, Tsipras negociou o terceiro resgate, a troika regressa a Atenas no final de outubro para a primeira avaliação, a Nova Democracia já surge à frente nalgumas sondagens e o PASOK pode até integrar a nova coligação, os socialistas europeus não querem nem ouvir falar do Syriza e Varoufakis regressou à sua pele de cowboy intelectual, sendo que o máximo que conseguiu no Eurogrupo foi chegar quase a vias de facto com o inenarrável Dijsselbloem.
Quem tem entre 18 e 24 anos (a multidão de desempregados que exultou com Tsipras) está hoje radicalmente desiludido com ele e as sondagens dizem que é o Aurora Dourada que está a beneficiar. Ou seja, alargando os desiludidos do Syriza a outros quadrantes e gerações, esta é uma das questões centrais à qual Tsipras vai ter de dar resposta no debate de amanhã: como recuperar os seus votos no dia 20? Desencantados, órfãos, alienados, desistentes, vão ser estes a decidir se Tsipras merece nova oportunidade como líder. Porque o programa, sabemos, não é escrito em Atenas.
Excertos do artigo de Bernardo Pires de Lima hoje no DN
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