Uma retoma que continuará a ser moderada e sujeita a vários riscos (algo para que o FMI alertou há pouco tempo), um exercício orçamental de 2016 que exigirá a manutenção de significativas medidas de austeridade (ou a reposição apenas gradual de rendimentos), a necessidade de agir nas finanças públicas e deixar de ir meramente à boleia da receita fiscal (e da retoma, como fez o Governo este ano), etc. etc.
Não é um caderno de encargos idêntico ao dos últimos quatro anos - mas não deixa de ser uma lista pesada de desafios, que ilustra a exigência colocada sobre o próximo governo (que, algures no tempo, deixará de poder contar com a anestesia do mercado de dívida soberana por parte do Banco Central Europeu). Estes avisos ocorrem numa altura em que o PS tenta comprometer PCP e Bloco com um acordo mínimo em matéria orçamental, que seja apresentável como alternativa em Belém.
Com tal cenário económico e financeiro - e a avaliar pela relutância mostrada pelo PCP
para chegar a esse tipo de acordo - é duvidoso que esse acordo se concretize. Mais relevante ainda: é altamente duvidoso que um governo minoritário do PS com apoio à esquerda consiga manter esse apoio à luz dos desafios e riscos que se adivinham. Fora do jogo partidário é o contexto que nos pode ajudar a perceber como acabará esta luta política.
O Conselho das Finanças Publicas, liderado por Teodora Cardoso (JE)
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