Cavaco Silva optou por ser consensual, esperançoso, banal e chato na sua última mensagem ao país. Não houve temas fracturantes nem cotoveladas, apenas manifestações de “profundo amor a Portugal”, a batida retórica da “identidade universalista” que “deu novos mundos ao mundo” (bocejo), o elogio chapa cinco aos “jovens cientistas”, e um louvor – esse, sim, mais original –, “aos portugueses que estão a fazer Portugal”, ao contrário dos portugueses que andaram a desfazer Portugal, entre os quais é difícil não incluir o próprio Cavaco. Aliás, a forma como no Ano Novo tentou incutir esperança à pátria com o entusiasmo de um cangalheiro é uma boa metáfora do seu legado.
Leia a opinião de João Miguel Tavares sobre ' O homem que falhou demais' no Público
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