De: António Moita |
Naquilo que verdadeiramente interessa ao país, o Bloco está sempre contra. Estabilizar o sistema financeiro. Não pode ser. São uns abutres. Equilibrar as contas públicas e sair do procedimento de défice excessivo. Não é possível. O PEC não é para cumprir. Aceitar as regras do Euro. Nem pensar. Mais tarde ou mais cedo teremos de sair da moeda única.
O Bloco tomou consciência de que os últimos meses foram de "apagão político" completo. A Mortágua já não é novidade. Sem a CGTP, nem a concertação social conseguiu perturbar. Ainda tentou acabar com o salário de António Mexia, mas a ideia morreu logo.
O Governo está a seguir um caminho que as instituições europeias parecem tolerar. António Costa distribui charme lá por fora e cá dentro, com uma não desprezível ajuda presidencial, vai apostando em políticas de comunicação que dão a ideia de que crescer depressa e bem é algo que está ao alcance dos portugueses. De caminho destrói, de forma por vezes cruel, o mérito e o esforço do seu antecessor. Passos Coelho, por seu turno, insiste em não perceber que já ninguém quer saber do passado e que melhor faria se nos desafiasse com uma ideia para o futuro.
Catarina Martins pensava que estar no governo com um pé dentro e outro fora seria uma estratégia bem-sucedida quando tivesse de voltar a contar votos. Mas começa agora a perceber que, a continuar a ambiguidade e sem que estejam previstas vitórias eleitorais nas autárquicas, depressa entrará no bolso de um António Costa cheio de vontade de chegar sozinho à maioria absoluta.
António Moita, J Negócios
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