O ministro das Finanças Mário Centeno é aquele que pode dizer que tem umas merecidas férias, este ano. Começou muito mal, anunciando o fim da austeridade, aqui e em Bruxelas, e num inusitado ataque à CGD. Mas encerra o ano legislativo em grande, com o elogio do comissário francês Pierre Moscovici. Tirou Portugal do seu terceiro Procedimento por Défice Excessivo.
O que está por trás da grande vitória de Mário Centeno não se vê (ainda?) e pouco importa (por enquanto?) aos portugueses em geral e aos partidos que apoiam o Governo. A preocupação fica limitada ao universo dos que sabem que o Estado não passou a ter dinheiro de um dia para o outro e que, mais cedo ou mais tarde, este tipo de austeridade apresentará a sua factura. Resta-nos esperar que o custo não seja muito elevado, não seja feito de tragédias, que seja um caso em que “se arriscou e petiscou”.
O mês “horribilis” de Julho impediu até que se saboreasse devidamente as vitórias obtidas na economia e nas finanças. A horrível tragédia de Pedrogão Grande, a comédia dramática de Tancos, o preço do atrevimento do Galpgate e o mais recente caso da ausência de dois deputados do PS, que impediram a aprovação do relatório da primeira comissão parlamentar de inquérito à CGD, revelaram que os problemas de um Governo podem surgir de onde menos se espera.
Os mais graves, Pedrogão e Tancos, mostraram-nos ainda um primeiro-ministro menos hábil que o habitual, com decisões directas ou indirectas que farão história. Proibir bombeiros de falar aos jornalistas ou colocar as mais altas chefias das Forças Armadas a validarem uma nova história sobre o que se passou em Tancos é histórico, ainda que não seja uma História positiva.
Houve mais vida para além do défice e do crescimento da economia, para infelicidade do País.
Excertos do artigo de Helena Garrido, OBSR
Nota: Se fora outro o 1º ministro, outro e outros galos cantariam - e como cantariam!
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