Parece impossível, mas há quem considere (em pleno século XXI) que a imposição de rendas controladas é o caminho a seguir no mercado imobiliário. É, pelo menos, isso que se depreende da negociação que, ao que consta, vai decorrendo entre os parceiros governamentais relativamente a alterações fiscais ao próximo Orçamento do Estado (OE).
Na realidade, a melhor maneira de matar o mercado é precisamente através da imposição de um preço máximo inferior ao preço de mercado: no imediato mata-se a oferta existente a preços superiores ao máximo definido pelo legislador e a prazo mata-se também aquela que fica (pelo desinvestimento na manutenção dos bens que o controlo de preços progressivamente tende a produzir).
Depois de décadas de abandono e decadência imobiliária no centro das principais cidades portuguesas, e numa altura em que o imobiliário é uma das principais alavancas da nossa economia, é incompreensível que se dêem estes tiros nos pés. Para tiros nos pés, já bastam os atrasos nos vistos gold e afins.
A defesa do mercado em nada inviabiliza a acção social do Estado, que pode na mesma promover políticas de inclusão social. Para tal, poderá contratar junto dos proprietários o arrendamento de imóveis para cidadãos elegíveis, ou ainda, poderá subsidiar o pagamento de rendas por parte dos mesmos. Na realidade, antes de pensar em controlar os preços de mercado, o Estado deveria primeiro repensar os seus próprios programas de inclusão social como o Porta 65.
A eterna ilusão de controlo, que nos é transmitida pelo socialismo, é utópica e enferma do principal vício de pensamento que assiste à ideologia: querer impor aos outros um modo de vida que frequentemente nem os próprios praticam.
A utopia colectivista e o miserabilismo andam de mãos dadas. (pode ler aqui o artigo completo)
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