Nada há de mais frustrante que ter a força da razão, mas ser inconsequente na ação. Foi o que aconteceu esta semana no Parlamento. Mariana Mortágua arrasou Governo e PS, acusando-os de deslealdade - "para nós, a palavra dada é mesmo para ser honrada" – mas na hora de votar o Orçamento do Estado, na especialidade, o Bloco encolheu-se. Faltou-lhe coragem. Teve medo. O distanciamento entre a palavra e o concreto, entre aquilo que se diz e o que se faz, é o grande calcanhar de Aquiles da política e dos políticos, aqui e em qualquer parte do Mundo. E é isto que afasta cada vez mais os eleitores ‘dos que mandam’. Até arrepia ouvir o que se ouviu sobre as vítimas dos incêndios e, depois, os mesmos deputados que aprovaram votos de pesar, chumbarem, neste Orçamento, uma proposta que isentava de IMI as famílias que viram as casas destruídas pelas chamas. Absolutamente inacreditável. Ultrapassa todos os limites da falta de sensibilidade e bom senso.
(excerto do artigo de) Paulo João Santos, CM
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