Mal estaremos quando os partidos não puderem ser criticados por se comportarem desta forma triste, insistindo depois na mentira ao longo de dias. Ou quando isso for desaconselhável por fragilizar a sua imagem junto do público.
Os primeiros a terem que se preocupar seriamente com isso são os próprios partidos e as suas estruturas. Se a classe política é desconsiderada, deve-o sobretudo aos seus comportamentos. São práticas como esta, mas também outras: não os incomoda o tráfico de votos que resultam do pagamento massivo de quotas partidárias em atraso?
Não os envergonha que haja dezenas de militantes com a mesma morada nas fichas dos partidos? Acham transparente a forma como são eleitos os líderes dentro dos partidos e a forma como isso contamina as listas de candidatos que apresentam aos cidadãos?
Acham que o facto de não serem claros a demarcar-se e a criticar políticos com práticas corruptas não contribui para a má imagem colectiva? Pensam que as constantes cambalhotas que dão nas posições sobre vários assuntos passa despercebida aos cidadãos? Não sabem que a chicana política que enche os debates parlamentares não é inócua?
São estas práticas e a má governação que minam os partidos. Deixar de criticá-los por se temer a sua descredibilização é confundir democracia com partidocracia. Sim, os partidos são fundamentais para a democracia. E quanto mais fortes, dinâmicos e diversos forem, melhor será. Resta saber se são estes partidos, com este tipo de práticas, ou outro.
Convém nunca esquecer que são os partidos que estão ao serviço da democracia e dos cidadãos e não o contrário. No momento em que o regime viver para alimentar os partidos, as suas estruturas e as suas clientelas teremos um sério problema. Devíamos evitar chegar a esse ponto
(excertos do artigo de Paulo Ferreira, ECO)
2 comentários:
Uma pseudo-clase política.
Eleita dentro dos partidos. Nunca nenhum deles teve rosto e nome num boletim de voto apresentado ao(seu)eleitorado,no(seu)círculo eleitoral.
Muito menos num boletim de voto tendo saído como o vencedor, entre os restantes outros candidatos no boletim....
Uma anedota política de mau gosto que dura há 40 anos, Com os resultados à vista.
Só psedo-políticos inpunes eleitoralmente teriam a coragem de, num País tão desigual sobre tantos aspectos, auto multiplicarem as suas, já invulgares, regalias.
JS
É constrangedor não podermos confiar em pessoas que nos representam e que procedem deste modo tentando aprovar à socapa o que à partida sabiam que não era um procedimento correcto. É a vida !mas ... a descambar em aceleração constante). Boa noite! Bom ano! se possível.
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