«Esta apostasia do PS da sua figura antes muito dilecta, em momento coincidente com a revelação dos vídeos, e em contraste com o silêncio cúmplice subsequente à dedução da acusação (peça cuja publicidade não oferece dúvidas), é, do ponto de vista formal, algo desastrada, e no que se refere à reflexão autocrítica, um exercício de inacreditável dislate, oportunismo, populismo e cinismo póstumo.»
Pedro Ferros, Ji
Excertos do artigo de hoje de PF:
José Sócrates não é hoje menos culpado ou inocente do que era quando da sua detenção no aeroporto de Lisboa; da sua prisão preventiva em Évora; das sucessivas medidas de coacção até ao acórdão Rangel; das dezenas de recursos perdidos; ou da acusação (que se jurava não ir acontecer) que o MP, afinal, sempre deduziu, etc…
É, por isso, intrigante saber-se qual é, afinal, a razão pela qual personagens que habitam sem receio nem pudor os meandros do relativismo ético do poder político, como Carlos César, anos depois de um infindável rol de iguais evidências de igual sinal, decidem rasgar as vestes pela ética republicana e desagravo moral, num expurgo de “vergonhas” várias que vêem em Sócrates, mas lhes escapam muito mais perto.
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