Gosto pouco de enganar os outros, e ainda menos a mim mesmo. Por isso, a mim e no que aos meus diz respeito, preferia não cair na ilusão de que praticar a morte vence a morte. Estejam por lá, ao meu lado, tragam a Amália, deixem a morfina ir gotejando no cinzento indefinido da sedação, e se eu disser que é para desligar a máquina, de certeza que é a televisão com os programas da tarde, que as enfermeiras voltam a ligar sempre que muda o turno. Vai ser um fardo pesado? Vai. É a vida.
João Taborda da Gama, DN
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