A maior parte destes efeitos especiais, que tornaram o terceiro trimestre num período de ouro para as contas públicas — que o Ministério das Finanças classifica como o “melhor desempenho de sempre para as contas públicas” –, vai desaparecer no último trimestre.
Na nota, o INE destaca logo um: “O pagamento do subsídio de Natal, que em 2018 voltou a ser pago integramente no quarto trimestre o que se refletirá, tudo o resto constante, num aumento significativo da despesa com pessoal e das prestações sociais (pensões) no quarto trimestre de 2018″. O Governo já tinha chamado a atenção para este fator, que por si só representa um acréscimo nos gastos de 2.980 milhões de euros.
Só este efeito, e se nada mais acontecesse, o saldo passaria de um excedente de 1.111,2 milhões de euros para um défice de 1.868,8 milhões de euros. Este défice é ainda superior ao projetado no Orçamento do Estado, que aponta para um saldo negativo de 1.456,5 milhões de euros. Isto significa que, se Mário Centeno já admite que o défice possa ficar abaixo do previsto, estará à espera de uma outra ajuda. De qual não se sabe mas a recente revisão em baixa da projeção de crescimento do PIB feita pelo Banco de Portugal (para 2,1% contra os 2,3%) não é uma boa notícia.
Marta Moitinho Oliveira, ECO
Marta Moitinho Oliveira, ECO
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