quarta-feira, 3 de abril de 2019

Anita, Pantufa, Leopardos Imaginários - Estamos Reduzidos A Isto

Os eleitores estavam sentados no silêncio dos seus escritórios quando, de repente, CATAPUM!, Joana Amaral Dias escreveu no Facebook que António Costa tem 11 motoristas com um salário bruto de 2121,32 euros. Os eleitores iam abrir a porta de São Bento para ver o que tinha acontecido quando ouviram o primeiro-ministro dizer: “Não fui eu, foi o leopardo”.

O “leopardo” é, naturalmente, Pedro Passos Coelho. 


Era possível defender que este é mais um exemplo da crescente infantilização de uma parte da classe política portuguesa. Afinal, já tivemos um ministro a fazer corninhos no parlamento e um primeiro-ministro a responder a um deputado “Manso é a tua tia, pá!” — portanto, ninguém deveria ficar verdadeiramente espantado por esta utilização do argumento “Pai, não fui eu!”. Mas, na realidade, isso não é o mais importante. O que realmente provoca espanto e fúria (para quem for dado a esses sentimentos) é outra coisa: o primeiro-ministro tem-nos em tão pouca conta? António Costa acha mesmo que alguém acredita, por um minuto que seja, que o seu gabinete tem 11 motoristas por culpa de Pedro Passos Coelho? Mais e pior: se actua desta forma perante um assunto tão irrelevante como a existência de 11 motoristas, que outros “leopardos” inventará o primeiro-ministro para nos iludir sobre assuntos realmente importantes? 


Eis que, quando, numa entrevista ao Público, o confrontaram com os baixos números do investimento público, Mário Centeno defendeu-se assim: “O investimento não é como o Anita Vai às Compras, não vamos com o Pantufa, com um cesto, comprar investimento”. 


Anita, Pantufa, leopardos imaginários — estamos reduzidos a isto. (ora leia o artigo completo e ... pasme.) 


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