O Presidente tem feito totalmente o jogo deste Governo e deste Parlamento, tendo até abdicado de exercer os seus poderes de fiscalização da constitucionalidade das leis. Em consequência, o primeiro mandato do Presidente tem sido caracterizado precisamente por uma absoluta falta de equilíbrio, o que tem permitido ao Governo esmagar os partidos da oposição de centro-direita. Mas, como não há vazios em política, o que o Presidente vem dizer é que no futuro, após a morte do PSD e do CDS, pretende ocupar esse espaço – isto, naturalmente, depois de ser reeleito com uma maioria esmagadora, graças ao apoio do PS.
O que espanta nesta história é a facilidade com que as actuais lideranças do PSD e do CDS se deixaram enrolar nesta armadilha. Na verdade, graças ao desastrado episódio dos professores e ao medo de serem acusados de causar uma crise política, PSD e CDS encolheram-se perante António Costa, reconhecendo assim não serem alternativa ao seu Governo. Com isso permitiram que as eleições europeias fossem um passeio para o PS. Enquanto os Governos inglês, austríaco e grego caíram em consequência do resultado dessas eleições, o Governo de António Costa saiu reforçado quando até tinha anunciado que se ia demitir na véspera dessas eleições. Bastava PSD e CDS não terem recuado e teriam a queda do Governo de bandeja,
(Excertos do artigo de Luís Menezes Leitão, hoje no Ji)
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