Capaz de prometer tudo e o seu contrário, este PS de 2019, embriagado pela hipótese de uma maioria absoluta, não é diferente daquele PS de 2009, cuja soberba atirou um país para o abismo.
Alexandre Homem Cristo
Em Março passado, António Costa definiu três prioridades para a próxima legislatura: melhorar os serviços públicos, cortar na dívida pública e reforçar o investimento público. Qual é o problema óbvio? Estas três prioridades correspondem aos três mais visíveis fracassos do governo.
O PS está desde o início do ano a disfarçar as suas falhas (elevando a prioridade as áreas em que falhou mais clamorosamente) e a prometer tudo a todos – em cada audiência há eleitores desejosos de ouvir que as suas inquietações são a prioridade do governo. Mas é arrepiante a familiaridade das cenas neste filme socialista de actos contínuos de propaganda implausível – vimos tudo isto com Sócrates, para quem tudo valeu para chegar e se manter no poder. Sim, António Costa tem feito de tudo para diferenciar Sócrates do próprio partido, pretendendo que a corrupção (criminal e moral) do ex-primeiro-ministro não contaminou o PS. Sempre foi daquelas histórias difíceis de acreditar: é o mesmo partido, são as mesmas pessoas, são os mesmos ministros e são os mesmos protagonistas. Mas fica-se com a certeza das semelhanças quando se observa o aparelho de propaganda em todo o seu fulgor – capaz de prometer tudo e o seu contrário, e agindo como se o acesso ao poder tudo justificasse. Este PS de 2019, embriagado pela hipótese de uma maioria absoluta, não é diferente daquele PS de 2009, cuja soberba atirou um país para o abismo.
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