Afinal, a nossa galáxia não tem a forma de um disco plano, mas sim de um disco com as pontas “distorcidas” numa espécie de “S” deitado. É esta a conclusão de um estudo feito por um conjunto de cientistas polacos publicado nesta sexta-feira na revista científica Science e que corresponde ao mapa 3D da Via Láctea com mais detalhe e precisão feito até hoje. E é mais um passo para entendermos melhor a nossa casa galáctica.(descoberta em fevereiro)
Fonte: Público
Agora, uma segunda pesquisa independente da outra chegou à mesma conclusão — só que entregou junto um belo de um brinde.
As bordas da Via Láctea são um pouco tortas. Só que agora podemos ver a deformação em
três dimensões.
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Nada mais, nada menos que o mapa tridimensional mais detalhado da Via Láctea. Diferente do que já tinha sido feito antes, desta vez os cientistas não usaram medidas indiretas como a observação de gás ou de objetos em outras galáxias para mapear a nossa. A técnica, mais precisa, envolveu dados que consideram somente a distância de estrelas individuais. Sabe aquela brincadeira de ligar os pontos? É quase isso, só que em proporções cósmicas.
Os pesquisadores da Universidade de Varsóvia, na Polónia, usaram como base uma classe de estrelas chamadas de cefeidas, bem maiores e mais massivas que o Sol. São especiais para os astrónomos pois servem como uma fita métrica para medir distâncias no Universo. Elas pulsam com periodicidade regular, e essa variação de luminosidade bem definidas permite calcular com precisão quão longe esses astros estão da Terra.
Tamanha riqueza de detalhes do novo mapeamento só foi possível por que a equipe usou um número grande de Cefeidas no estudo: mais de 2,4 mil. Quando mais pontos para ligar, maior é a “resolução” do mapa 3D. Os poloneses usaram dados do Experimento Ótico de Lentes Gravitacionais, um telescópio do Observatório Las Campanas, no Chile. Sozinho, ele dobrou a quantidade de Cefeidas conhecidas pelos astrónomos.
Também passaram muito tempo monitorando o mesmo conjunto de estrelas — seis anos. Comparadas com o Sol, podem ser até 100 mil vezes mais brilhantes. Os astrofísicos mediram quanto tempo levava o pulso delas. Um pulso mais lento indica que a estrela é mais brilhante, e com essa informação é possível descobrir seu brilho real. Depois, basta comparar com o brilho aparente (conforme observado da Terra) para chegar à distância.
O mapa em três dimensões revelou claramente o formato de S, com as extremidades do disco da Via Láctea distorcidas. Além de questões referentes à forma, o levantamento também vai permitir aos astrônomos conduzir estudos para entender melhor a evolução da galáxia e obter insights sobre grupos específicos de estrelas. Mais uma vez, o cosmos nos mostra que há beleza e naturalidade nas coisas tortas.
Fonte:A.J.Oliveira,SI
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