A situação criada vai trazer para a ribalta uma questão sensível - até que ponto o direito à greve pode ser restringido, até que ponto uma greve pode ter consequências que podem afectar de forma assinalável o dia a dia dos cidadãos e de actividades económicas como a distribuição alimentar?
A resposta a esta questão não é fácil mas, nas sociedades contemporâneas, o desafio do equilíbrio entre direitos e deveres, entre responsabilidade e liberdade, é cada vez maior.
Nos próximos anos, neste e noutros sectores, situações como esta vão multiplicar-se e tenho as maiores dúvidas que o sistema político e partidário e as organizações sindicais estejam preparadas para lidar com o caso.
A decisão sobre serviços mínimos agora tomada significa, na prática, uma alteração não legislada da Lei da Greve, feita pelo Governo, com o beneplácito do Presidente da República e a complacência das duas centrais sindicais. Já viram o que um sindicato não alinhado desencadeia?
(excertos do artigo de Manuel Falcão,'A greve', J Negócios)
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