Um dos maiores falhanços do Governo foi ter olhado para um país que começava um caminho de sustentabilidade e ter revertido as medidas que procuravam transformá-lo num país de oportunidades para todos.
Chegados à véspera das eleições é trágico constatar que esta foi uma legislatura verdadeiramente perdida. Nos últimos quatro anos o Governo falhou as suas metas de investimento público, aumentou a carga fiscal para máximos históricos, arrasou o serviço nacional de saúde e transportes públicos e foi no mínimo irresponsável na gestão dos grandes desastres. Mas porventura um dos maiores falhanços do Governo socialista apoiado pelas esquerdas, foi ter olhado para um país que estava a começar um caminho de sustentabilidade e de robustez e ter ignorado, e até revertido medidas que procuravam transformar Portugal num país de oportunidade para todos.
A desigualdade de oportunidades é visível de forma trágica no país que arde, sobretudo no interior, nos bairros de pobreza, nos jovens que não conseguem constituir família nem sair de casa dos pais e vêm os seus projetos de vida adiados, nos idosos que têm de escolher entre aquecer as casas ou comprar medicamentos.
E tudo isto se reflete nos indicadores de desigualdade de rendimento, onde Portugal continua a comparar muito desfavoravelmente com o resto da Europa.
Infelizmente, nos últimos quatro anos, sob a aparência bondosa de defender algum grupo, a maioria de esquerda muitas vezes optou por medidas que não são mais do que uma forma de acentuar as desigualdades e de, ao mesmo tempo, aumentar a conflitualidade na sociedade. Muitas pretensas soluções servem apenas o propósito de implementar uma visão estatizante da sociedade, em que não pode haver nada fora do controlo desta maioria. E na mesma passada destroem as oportunidades para milhares de pessoas de conseguirem alguma mobilidade social.
(Excertos do artigo de Inês Domingos, OBSR)
Sem comentários:
Enviar um comentário