Sim, tudo começa no momento em que o Ministério, o Estado, desrespeita os professores, dando luz verde à restante parte da sociedade para fazer o mesmo.
O problema não é a cor da pele. É um sistema escolar que está em decadência, em que quem mais passa a mensagem de desautorização do professor é quem mais lhe devia respeito – a tutela. São mais de 10 anos de declarações bárbaras sobre os professores, aliás tudo começou (e não parou) com uma Ministra que disse de peito cheio, “perdi os professores, mas ganhei o país”. A Ministra é Reitora. Foi promovida. E ainda hoje não compreendeu – nem os seus sucessores – que sem professores cuidados, bem pagos, com boas carreiras, e respeitados, não há país.
Naturalmente que outra escola terá que emergir na escola, como em Abril, porque do Ministério já é óbvio que não virá. A primeira coisa a fazer – e é ainda muito pouco para recuperarmos a escola criativa, interessante, viva -, é, cada vez que um professor ou funcionário for alvo de agressão verbal e física realizar-se uma manifestação destas, com os pais também, como foi esta – um exemplo de civilização para “ganharmos de novo o país”.
(excertos do texto de Raquel Varela.'O professor, o cigano e a negra')
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