domingo, 8 de dezembro de 2019

Novo Exame De Sangue Em Desenvolvimento Mostrou Capacidade De Rastrear Vários Tipos De Cancro

Exame de sangue para detectar cancro

Um novo exame de sangue em desenvolvimento mostrou capacidade de rastrear vários tipos de câncer com alto grau de precisão.
O teste procura por moléculas de DNA que as células cancerígenas lançam na corrente sanguínea quando morrem.
Em contraste com as "biopsias líquidas", que detectam mutações genéticas ou outras alterações no DNA relacionadas ao cancro, a nova tecnologia se concentra nas modificações do DNA conhecidas como grupos metila.
Grupos metila, ou metil, são unidades químicas que podem ser ligadas ao DNA, em um processo chamado metilação, para controlar quais genes são "ativados" e quais são "desativados". Em muitos casos, os padrões anormais de metilação são mais indicativos de câncer - e de tipos específicos de câncer - do que as mutações genéticas.
O novo teste concentra-se em partes do genoma onde padrões anormais de metilação são encontrados nas células cancerígenas.

Especificidade

Os investigadores usaram o novo exame para analisar o DNA livre (DNA que antes estava confinado às células, mas que entra na corrente sanguínea após a morte das células) em 3.583 amostras de sangue, incluindo 1.530 de pacientes diagnosticados com câncer e 2.053 de pessoas sem câncer. As amostras de pacientes já diagnosticados compreendiam mais de 20 tipos de cancro.
A especificidade geral foi de 99,4%, o que significa que apenas 0,6% dos resultados indicaram incorretamente que o cancro estava presente.
A sensibilidade do exame para a detecção de um cancro pré-especificado de alta mortalidade (a percentagem de amostras de sangue desses pacientes que deram positivo para câncer) foi de 76%. Dentro deste grupo, a sensibilidade foi de 32% para pacientes com câncer em estágio I; 76% para aqueles com estágio II; 85% para o estágio III; e 93% para o estágio IV.
A sensibilidade em todos os tipos de cancro foi de 55%, com aumentos similares na detecção por estágio. Para os 97% das amostras que retornaram um resultado de tecido de origem, o teste identificou corretamente o órgão ou tecido de origem em 89% dos casos.
"Nosso trabalho anterior indicou que os ensaios baseados em metilação superam as abordagens tradicionais de sequenciamento de DNA para detectar múltiplas formas de câncer em amostras de sangue," disse o Dr. Geoffrey Oxnard, do Instituto do Câncer Dana-Farber, da Universidade de Harvard (EUA). "Os resultados do novo estudo demonstram que esses ensaios são uma maneira viável de rastrear as pessoas em busca de cancro".

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