«O modelo subjacente ao Orçamento de 2020 é o mesmo de anos anteriores. É um modelo de estatização, por um lado, e de faz-de-conta, por outro.»
Há dias em que o melhor é não sair de casa. Foi o que aconteceu ao ministro Mário Centeno quando, horas depois de ter afirmado que “tenho algumas dúvidas que alguém não se reveja num orçamento como este”, começaram a ser ouvidas as muitas vozes de rejeição ao documento. Associações patronais, associações sectoriais e sindicatos, todos criticaram a proposta do Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020). Contas feitas, ao contrário do que afirmou o ministro, o difícil foi encontrar alguém que se revisse no documento.
Pior ainda, o próprio documento rejeitou-se a si mesmo, ao ter sido apresentado com valores errados, motivando a sua republicação a meio do dia, o que constituiu um percalço pouco digno de uma apresentação do Orçamento do Estado. Por fim, se tudo isto não bastasse, o próprio ministro entrou também em contradição, afirmando por um lado que “quem paga o excedente orçamental são os contribuintes” para logo de seguida afirmar que a carga fiscal “não aumenta no próximo ano” (sendo que, conforme a metodologia comummente aceite em Portugal e no estrangeiro, a carga fiscal vai mesmo aumentar para novo recorde em 2020).
Ricardo Arroja, ECO
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