terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Qual A Razão Porque Cerca De 3,8 Milhões De Portugueses Pagam Do Seu Bolso O Acesso A Cuidados De Saúde Privados? .


... Este grande número de portugueses considera que não encontra resposta no SNS.

Um sério de problemas que têm de ser discutidos e enfrentados e não negados ou secundarizados, e que têm graves consequências para grande parte da população portuguesa.

Em primeiro lugar, esta situação é discriminatória para os portugueses mais vulneráveis e desprotegidos que não têm recursos para pagar seguros de saúde privados e, assim, evitarem a incapacidade do SNS.
São estes portugueses que na sua maioria estão nas listas de espera e que aguardam meses (e por vezes anos) por uma consulta ou cirurgia. De facto, não tenhamos receio das palavras, o SNS, hoje, é desigual e injusto, discriminando os mais pobres e desfavorecidos. Existe, hoje, um SNS para pobres que não têm forma de evitar os seus graves problemas (em especial de acesso) e outro para aqueles que têm recursos e que pagam para ter uma alternativa ao SNS.
É a incapacidade do SNS que alimenta a expansão do sector privado da saúde e não o inverso como a extrema esquerda pretende passar para a opinião pública. Face à incapacidade do SNS, as pessoas procuram solucionar os seus problemas de saúde e aqueles que têm recursos (ou são funcionários públicos) recorrem ao sector privado. Obviamente que não o fariam e não pagariam do seu bolso os cuidados de saúde se o SNS correspondesse às suas necessidades.
Convém lembrar que o sector privado de saúde só subsiste se tiver pessoas (doentes) a que a ele recorram. A procura que lhe é dirigida (exceptuando alguma procura residual de estrangeiros) é constituída por portugueses que de mótu-próprio, e de sua livre vontade a ele recorrem por não encontrarem a resposta que pretendem, e a que têm direito, no SNS.(continuar a ler)
Luís Filipe Pereira, ECO
A capacidade do SNS para responder às necessidades de saúde da população tem vindo a deteriorar-se fortemente, nomeadamente nos últimos anos, e hoje a grave crise do SNS aproxima-se de uma situação limite.E isto apesar do SNS responder hoje às necessidades de apenas 60% da população.

Sem comentários: