terça-feira, 14 de abril de 2020

Ah, Que Extraordinário,


Ah, que extraordinário,
Nos grandes momentos do sossego da tristeza,
Como quando alguém morre, e estamos em casa dele e todos estão quietos

O rodar de um carro na rua, ou o canto de um galo nos quintais...
Que longe da vida!
É outro mundo.
Viramo-nos para a janela, e o sol brilha lá fora
Vasto sossego plácido da natureza sem interrupções!

(28-3-1932? Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa)

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