terça-feira, 11 de agosto de 2020

É Um Sério Candidato A Ganhar O Óscar De Pior Dirigente Partidário Desde 1974

Manuel Facão, JN
Quando andava no liceu, gostava da disciplina de Trabalhos Manuais, aprendi lá uma série de coisas que me têm sido úteis ao longo da vida. Uma delas foi trabalhar com esferovite. Cedo descobri que é um material que se desfaz com facilidade e que se derrete quando se aplica cola celulósica para juntar pedaços. Ocorreu-me que há uma enorme semelhança entre políticos e esferovite. Sabem porquê? Quando os políticos não têm ideias e se desfazem em palavreado incongruente, qual o material que me vem à cabeça? A mim parece-me que a esferovite domina a política portuguesa.

O partido com maior dose de "dirigentes-esferovite" parece-me ser o PSD, e estou em crer que Rui Rio é o rei da esferovite - desfaz-se por pouco, derrete-se cada vez que se quer colar a Costa. Pelo caminho que as coisas levam, segundo vou lendo, está a comprar uma cola especial para se juntar a André Ventura e ao Chega. É o mais rápido caminho para se dissolver de vez. Rui Rio tem tido uma habilidade invulgar em destruir os valores da marca PSD - já na Câmara Municipal do Porto tinha dado sinais disso e agora, como presidente do partido, tem mesmo excedido essa capacidade. É um homem que se gaba de não olhar para a ideologia, de preferir andar aos ziguezagues a percorrer linhas rectas, e despreza a estratégia a favor da táctica. É sério candidato a ganhar o óscar de pior dirigente partidário desde 1974. Por estes dias, Artur Torres Pereira, um respeitado autarca e quadro social-democrata, deu uma entrevista cujo título diz tudo sobre Rui Rio (que, quando era novo, frequentou uma escola privada alemã): "Rio devia ter frequentado uma boa escola pública portuguesa." Não é preciso dizer mais nada.

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