É a Ministra da Saúde quem o confirma: o SNS está perto do seu limite.
Nesta fase, para salvar pessoas é crucial incluir toda a capacidade de saúde instalada no país, considerar as valências, os meios humanos, os meios “técnicos” e a sua distribuição geográfica, para estabelecer uma organização otimizada, eficiente, sem redundâncias e com minimização de ruturas. Com o SNS, com o setor privado e com o setor social.
E, neste princípio geral, há um aparente acordo. Mas apenas aparente, porque quando se repetem narrativas enganadoras, quando as decisões são casuísticas e quando se “anseia” por uma requisição civil, as diferenças são fortes e devem ser contestadas
Em outubro, o atual e cinco antigos Bastonários da Ordem dos Médicos dirigiram uma carta aberta à tutela, insistindo para que fosse criado um plano de recuperação da atividade do SNS, contratualizado com os setores social e privado. Nela lê-se: “Os sectores de saúde sociais e privados podem ser mais envolvidos no esforço COVID e não-COVID para que a capacidade instalada seja efetivamente usada em vez de desperdiçada”.
Não foi essa a escolha de Marta Temido, mas poderia ter sido até porque os privados têm mostrado disponibilidade para isso – mesmo aos “preços de custo”, o que daria uma longa discussão económica…
Para a Senhora Ministra, que quer provar a todo o custo que o SNS é capaz de suprir todas as necessidades, mesmo durante uma pandemia – ainda que isso signifique enviar as pessoas para listas de espera –, a requisição civil é um ato de coragem e a única forma de não perder a face.
Mas a pergunta relevante é: requisitar o quê e para quê? Se os privados já estão a colaborar com mais de 700 camas de internamento, se já se disponibilizaram para fazer mais e se até aceitam os preços impostos pelo Ministério. (ler aqui texto completo)
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