Haver quem lá fora perceba o que se está a passar e se mostre empenhado em ajudar merece do país homenagem e reconhecimento. Não merece que as autoridades escondam a face como um nobre arruinado numa loja de penhores.
Manuel Carvalho, Público
Se as imagens das ambulâncias em espera nos hospitais ou o número de mortos que justificaram a atitude da Áustria ou da Alemanha nos indignam ou envergonham, é caso para dirimir entre nós e, principalmente, com quem recebeu a missão de nos governar. O problema existe. A ajuda faz falta. Que venha, em nome dos doentes, dos médicos, de todos portugueses. Haver quem lá fora perceba o que se está a passar e se mostre empenhado em ajudar merece do país homenagem e reconhecimento. Não merece que as autoridades escondam a face como um nobre arruinado numa loja de penhores.
A Itália já esteve numa situação assim ou muito próxima, a Espanha também, o Reino Unido também e até a próspera Holanda enviou doentes covid para a Alemanha. Uma das muitas coisas boas de integrar a família europeia é ter a certeza de que em momentos como este estamos mais protegidos pela sua solidariedade. Há, por isso, que a acolher e manifestar-lhe em público toda a gratidão possível.
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