Quando o Presidente fala de mais e o Primeiro-Ministro faz de menos acontecem destas coisas – um Presidente executivo e um Primeiro-Ministro presidencial. A paralisia de um é compensada pela palavra do outro, resultando a vida política na contínua exibição de uma dupla de comediantes que dominam o cenário com a destreza de muitos anos. De tanta representação a relação torna-se patológica. De tantos sorrisos a coabitação torna-se uma conveniência. De tanta hipocrisia o verniz desaparece com surpresa em horário nobre e com declaração ao País. E com os portugueses às avessas, Portugal entra numa crise política natural. Na imaginação prodigiosa do Primeiro-Ministro a maioria absoluta é uma licença para não governar. (Carlos Marques de Almeida, ECO)
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