As casas são mais do que uma toca para onde fugimos no fim do dia, ou um refúgio nas horas de aconchego. São livros que escrevem as nossas memórias, e que guardam detalhes de nós. Se as suas paredes falassem iriam provavelmente lembra-lo dos tempos em que as gargalhadas ao jantar silenciavam o barulho da rua, ou quando os seus filhos deram os primeiros passos entre várias quedas, mas principalmente iriam lembrar aos menos crentes que uma casa não é apenas feita de tijolos e cimento, mas de história e identidade – a sua, e a dos seus.
Sem quadros, sem mobílias, sem vestígios de ‘’nós’’, a casa é uma obra de arquitetura, sem vida, sem voz, sem alma. Daí a importância das memorias, das lembranças e das heranças – peças de nós, linhas da nossa história que compõem a imagem geral da decoração dos espaços que habitamos diariamente.
A decoração das nossas casas não é fútil mas útil. É o que somos,
onde fomos, e para onde vamos todos os dias.
(Maria Matos, Casa)
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