A violência contribui para um círculo vicioso de polarização. A agressividade no discurso conduz a atos de violência, que por sua vez reforçam a perceção de que o outro lado é uma ameaça. Os extremistas não vêm os outros políticos como oponentes, mas como inimigos a serem destruídos e derrubados. Isto aumenta o clima de medo, mina a confiança nas instituições democráticas e torna impraticável um ambiente de compromissos conjuntos e de cooperação. As vozes dos moderados são abafadas pela gritaria dos extremos. Tal conduz a uma incapacidade de se realizarem reformas estruturais, sem pontos de encontro num chão comum, e com os populistas centrando-se em ganhos políticos no imediato. A política transforma-se num campo de batalha para a aniquilação do outro, ao invés de cumprir a missão de servir as pessoas, resolvendo os seus problemas com ação e concretização de soluções. Compromete-se, assim, a estabilidade política e a paz social e corrói-se a nossa democracia. (Ana Gabriela Cabilhas, DN)
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